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Exposição realizada no MARCO - Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande/MS 

setembro a outubro de 2016

Miguel Penha, é "O pintor" na essência. Transporta em si estas significações, ora vistas nas suas presentes obras de óleo sobre telas, de caráter puro e altaneiro, em A CASA DO PARQUE. Suas figuras, advindas de suas árvores retilíneas, de "Dentro da Mata", nos inspira a compactuações lineares e plásticas. Sobretudo assevera, ou confere-nos estas qualidades plásticas, inerentes e presentes, nos seus quadros. Estabelece esta constatação da sua fugaz e permanente busca poética com a sua floresta virgem, intocada, "Imaculada".


Lembra-nos das ilustrações de um Brasil recém descoberto. Força-nos, com arte, a observar que os dias das matas fechadas, estão contados. Poetisa com este constante matiz esverdeado, o qual realiza a fotossíntese em presença da luz solar, libertando o oxigênio, tão necessário à vida no planeta. Por sua vez, encontra-se representado nos tons azulados emanados de "Dentro da Mata" de Miguel Penha!!.


Azul é a cor do Oxigênio!!

Plasma-se na atmosfera do quadro-obra, esta exuberância clorofílica, procedente da grande porção das folhas, dos enramados inseridos nos seus verdes frios, refrescantes e prazerosos. Certamente que estimula, e nos remete para dentro desta mata virgem! Uma sobrevivente?


Uma deusa na imaginação do artista Miguel Penha?

À esta reflexão pictórica, Miguel Penha coloca-nos ao reverso do estar "Dentro da Mata", e nos conduz em dignidade, beleza e poesia, à "Mata a Dentro". Alcança o subjetivo. A leitura do olhar do espectador-sujeito, adentra-se ao espírito da floresta.

Neste bioma plástico e visível aos nossos olhos, neste enramado em grande escala, oculta-se a presença dos seres vivos, dos animais, os verdadeiros protagonistas e habitantes das matas brasileiras, hoje quase "Imaculadas."

As linhas retas em verticais, símbolos da masculinidade, são indicativas a desempenharem o papel de transmissões ideológicas, de alertas, de contatos, de sinalizações em tons de verdes exuberantes. Algo ainda pode ser feito para reverter o processo de desaparecimento das nossas florestas?

O quadro, o qual me trouxe-me mais admiração de beleza e estase, está logo à entrada, e chama-se "O Igarapé" que, quer dizer em Tupi "caminho da água".

- Estou admirado!!

João Sebastião Barros, Pintor (em memória)

Premio Viagem No País
Crítico e Amante das Artes Visuais

 

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